Formado em jornalismo na PUC trabalha em diversos jornais do Rio e depois  na sucursal da Folha de São Paulo quando interrompe a carreira e vai estudar cinema na Inglaterra onde faz seus primeiros filmes.

De volta ao Brasil, vai dirigir um programa semanal da Embrafilme sobre cinema brasileiro chamado “Cinemateca” que ia ao ar na TV Educativa, onde faz inúmeras entrevistas antológicas. No final dos anos 1970 faz uma série de filmes importantes abordando politicamente a realidade brasileira. É um dos fundadores da Corcina e tenta, na Corisco Filmes, desenvolver uma distribuidora de curtas-metragens, quando faz importantes vendas para o exterior.

Com o fechamento do mercado para o curta-metragem, volta ao jornalismo, na Última Hora, depois no O Fluminense, e em 83 na TV Globo. Em 85 vai dirigir a produção nacional da TV de Brasília chamada Nova República. Em Brasília é convidado para implantar a TV Educativa do Estado do Piauí, quando cria lá a Fundação Antares.

Na volta ao Rio funda uma produtora chamada Rádio da Lua que trabalhava para as televisões estrangeiras operando no Brasil. Depois de um temporada em Nova York, monta uma nova produtora, que existe até hoje, a Palmares Produções, e com ela retomaria a atividade cinematográfica.

Filmografia

. Natureza Morta (1976) – filme de conclusão de curso de cinema numa universidade inglesa. Três amigos universitários se encontram sempre em um botequim em Ipanema – cenografado em Londres -, e quando um deles entra pra luta armada, eles, mais um outro frequentador e o dono, falam de tudo como da vontade de participar e do medo das consequências – cinco personagens que desenvolvem a trama do filme. Embora toda a esquerda já estivesse, boa parte, no exílio ou na prisão, a ditadura seguia firme, e o filme, mesmo à distância, era um gesto ousado.

. ABC Brasil (1978 /79) – junto com Sérgio Péo, Luis Arnaldo Dias Campos, Flávio Ferreira e o baiano Paulo Fortes é montada uma  “brigada” pra documentar o movimento industrial e operário no ABC paulista, que começa a documentar os encontros em São Bernardo, e as reuniões dos sindicatos operário com a FIESP que levariam às primeiras greves durante os governos militares.

. Lá dentro, lá fora (1980) – “, curta-metragem, cor, 35mm, fotografia Ramon Alvarado, som Baiano. “Se vocês tiverem sorte de ver, ele é panfletário toda vida, ali é abaixo a ditadura e abaixo a ditadura, não tem concessão, é um filme duro, é passeata e a prisão da Frei Caneca, cortava da Frei Caneca pra passeata e só dando duro, anistia, anistia, anistia, esse filme foi exibido com Império dos Sentidos, que foi distribuído por um editor chamado Álvaro Pacheco, todo mundo achava que era um filme de sacanagem lá dentro, lá fora… (…) A motivação toda foi do Rubem Corveto associado ao Ramon Alvarado, fotógrafo, eles queriam fazer um filme que participasse, assim sim, do movimento pela anistia (…) então teve uma passeata enorme que fez Cinelândia-Candelária ali pela Rio Branco, e o eixo do filme é aquilo ali, a passeata passando, eu e o Ramon Alvarado em cima de uma banca de jornal, depois a gente desceu e entrevistava uma pessoa aqui e acolá, e o som do Baiano, Paulo Fortes, a equipe éramos nós três”. (JCA)

. Alegria de papel (1978/79) – curta-metragem, 35mm, cor, fotografia Antônio Luís Mendes Soares, som Crico (Cristiano Maciel). “Me veio essa vontade de fazer uma coisa…porque era a passagem de 78 pra 79, 78 foi formalizado a anistia aos banidos e aos presos políticos aqui no Brasil, então eu queria saber das pessoas sem perguntar nada político pra elas e no meio da festa no centro da cidade naquela chuva de papel o que que tinha sido 78 pra elas e o que que elas esperavam de 79, sem encostar em questão política de anistia, de ditadura, a pergunta era muito simples, o que que teve de bom e ruim pro senhor esse ano e pra senhora e o que o senhor ou a senhora espera para o ano que vem, e ali começou a se estabelecer um diálogo com as pessoas (…) O ponto de encontro foi o edifício-garagem Menezes Cortes, ali o Antônio Luis e o Crico se materializaram na minha frente e a gente foi pra rua pra filmar, eu acho que o filme é uma reportagem e que tem uma coisa gostosa, o filme é muito carioca, resulta que virou um filme muito carioca, aonde tem gente que olha pro próprio umbigo e tem gente que consegue pensar.

. A construção do som (1979) –

Entrevista 2005

Imprensa

Transcrição da entrevista