Nascido em 17 de setembro de 1949 no Rio em Janeiro, numa família baiana de classe média. Sua primeira incursão no mundo cineclubista se dá no Cineclube Canal, ainda no colégio André Morois. Ainda em 1967 participa da reorganização da Federação de Cineclubes do RJ, fazendo um trabalho de coordenação entre os 36 cineclubes que atuavam na Guanabara, RJ e Espírito Santo. Tinha como referências cinematográficas, naquela segunda metade dos anos 1960, a crítica do Correio da Manhã e o Jornal do Brasil, e o livro de Glauber Rocha “Revisão Crítica do Cinema Brasileiro”. Entra para a Ação Popular, uma organização de esquerda. Progressivamente abandona o cineclubismo e depois o colégio, assumindo por completo a militância, já ligado a Var Palmares – Vanguarda Armada Revolucionária Palmares. É preso, ficando quase 8 meses detido. Solto, é novamente preso por 22 dias. Cursa desenho industrial na ESDI, completando o curso de designer. Trabalha como jornalista na Última Hora, no Correio da Manhã e no O Jornal. Se reaproxima do cinema em 1977 no Parque Lage, quando passa a frequentar o CineAve, cineclube coordenado por Sérgio Santeiro. Se casa com a também futura cineasta Sandra Werneck e têm uma filha, Maia. Começa a se profissionalizar no meio cinematográfico como técnico de som, enquanto realiza um documentário sobre os movimentos políticos e culturais que marcaram o ano de 1968 no Brasil, interesses que se desdobrariam em diversos filmes que realiza nos anos seguintes. É um dos fundadores da Corcina – Cooperativa dos realizadores cinematográficos autônomos, que aglutinava uma jovem geração de realizadores. Da-Rin torna-se numa das principais lideranças do movimento curta-metragista que se vitaliza com a conquista da Lei do Curta na virada dos anos 1980, e teria uma atuação duradoura nas principais entidades representativas do setor, sendo presidente da Federação de Cineclubes do Rio de Janeiro entre 1967/68, da Corcina entre 1978 e 1982, e da ABD, a da Associação Brasileira de Documentaristas, de 1983/84 e novamente de 1987/88 – sendo marcante o caráter político de toda sua trajetória, como de seus filmes.
Filmografia
. Fênix, curta-metragem, 11′, 35mm, cor, 1980, documentário sobre os movimentos políticos e culturais que marcaram o ano de 1968 no Brasil. Representou o Brasil nos Festivais de Cracóvia e Cork.
. Mutirão, 1981, média-metragem, 18′, ocumentário, 16mm, filme sobre a súbita proliferação de associações de moradores na região fluminense de Pendotiba. Co-direção, prêmio de Melhor Filme de Média Metragem no I Festival de Cinema de Niterói.
. Looking around, curta-metragem, 12′, 16mm 1981, filme-ensaio realizado na Califórnia durante workshop promovido pela UCLA. Co-direção.
. Comunicação em sala de aula, curta-metragem, 10′, documentário, 16mm, 1982, demonstração da importância do uso dos meios de comunicação de massa na educação formal, realizado para a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro. Melhor Roteiro em concurso SERJ.
. Príncipe de foto, curta-metragem, 12′, documentário, 35mm, 1984, filme sobre Febrônio Indio do Brasil, personagem paradigmático das relações entre a psiquiatria e o direito no Brasil, preso durante 58 anos em um manicômio judiciário. Prêmio de Melhor Montagem no Festival de Gramado e Melhor Fotografia no Rio-Cine Festival.
. Igreja da Libertação, média-metragem, 59′, documentário, 16mm, cor, 1986, filme sobre a participação política e social da igreja católica brasileira a partir dos anos 60. Agraciado com a Mención OCIC no Festival del Nuevo Cine Latinoamericano; o Prêmio de Melhor Primeiro Filme de Longa Metragem no Festival de Cinema de Leipzig; o Prêmio Paulo Emílio Salles Gomes Para o Melhor Trabalho Brasileiro de Pesquisa Histórica, Sociológica ou Antropológica e o Troféu Jangada, ambos na Jornada de Cinema da Bahia, -.
. Nossa América, média-metragem, 25′, documentário, vídeo, cor, 1989, painel sobre a América Latina. Prêmio de Melhor Vídeo outorgado pela UNDA no Festival del Nuevo Cine Latinoamericano.
. Uma escola para o campo, média-metragem, 19′, vídeo, cor, 1991, programa sobre o movimento de escolas-famílias agrícolas que se desenvolve no Brasil a partir de uma experiência capixaba.
. Brasil anos 60, média-metragem, 30′, vídeo, cor, 1993, programa especial retrospectivo sobre os principais acontecimentos que pontuaram a década de 60, produzido para a TVE como capítulo semanal da série Memória Viva.
. Brasil anos 80, 30′, vídeo, cor, 1993, programa especial retrospectivo sobre a década de 80 que fechou a série Memória Viva.
. Uma escola para a vida, média-metragem, 24′, vídeo, 1994, versão ampliada de trabalho anterior, sobre a expansão do movimento educacional-comunitário iniciado nos anos 60 no Espírito Santo.
. Voto a voto, média-metragem, 20′, vídeo, 1994, uma simulação de programa de auditório com atrações variadas visando estimular o debate sobre a importância do voto consciente nas eleições gerais de 1994.
. Sest/Senat, série, 7 X 12′, vídeo, 1995, 7 programas ficcionais integrantes de um projeto de reciclagem profissional de trabalhadores na área de transportes públicos.